quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
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Sim sim meus polvilhadinhos e polvilhadonas,
Tudo em riba por aí?
O filme "Lula, o filho do Brasil" tem direção de Fábio Barreto, tem como roteiristas Denise Paraná, autora do livro que critiquei ontem, além de Fernando Bonassi e Daniel Tendler.
Primeiro há que se dizer que a crítica é apolítica. Esta crítica não pretende incentivar ninguém a votar em X ou Y muito embora o autor da crítica seja Lulista de carteirinha (seria petista de carteirinha se o PT se dignasse a me mandar a minha coisa que espero a 3 anos).
ESPERE. RELEIA O PARÁGRAFO ACIMA.
DE NOVO, RELEIA DE NOVO.
Pronto, agora que você entendeu que a crítica é só uma crítica de cinema vamos a ela....
O filme conta com excelentes atuações.
Glória Pirez (atriz com a qual sempre tive certa pinimba e nunca me convenceu de fato) está simplesmente magistral. Uma atuação que só é superada por mestres como Fernanda Montenegro em seu auge.
Milhem Cortaz (você conhece ele de um certo Tropa de Elite) aparece pouco mas marca o filme.
Rui Ricardo Dias está muito bem também.
A direção não consegue fazer do filme algo grandioso, não há empolgação dos espectadores como há, por exemplo, em "2 Filhos de Francisco".
Mas é uma direção preocupada com críticas do tipo 'este filme faz campanha eleitoral', idéia absurda não apenas porque o filme não mostra Dilma mas Lula como também porque o filme acaba antes de Lula se tornar presidente.
Motivo, talvez, para o filme não ter se utilizado de leis de incentivo e fazer questão de ressaltar este fato.
(só uma pequerrucha explicação: em sua última campanha eleitoral Alckmin passou boa parte da campanha lembrando que Lula havia sido um sindicalista e etc. como se isso fosse defeito, se olharmos com o mesmo viés o filme não faz campanha a favor, mas contra. Embora seja um baita erro de campanha achar que ter sido sindicalista ia tirar votos de alguém que não a classe média...)
Explicações dadas o filme tem um início meio truncado. Proposital ou não, até que se subam os primeiros créditos de apresentação o espectador sente uma certa estranheza com um ritmo que parecem piscar de olhos lentos...
As imagens são belíssimas assim como as atuações iniciais.
O roteiro do filme passa, em minha opinião, corrido demais pela infância de Lula. Alguns fatos descritos pelo livro estão ausentes, como uma questão que envolve Lindu e Rosinha (não comentarei para não dar spoiler) mas que mostra como Lindu era uma mulher que sabia a diferença entre a rinha pessoal e a bondade humana.
No entanto, ele (o roteiro) tem o mérito de cenas geniais e mal descritas no livro, como a de Lula indo a casa de Marisa pela primeira vez.
Enfim, um bom filme, mas não um filme com a importância do personagem que da título a ele. E não me diga que acho Lula muito importante porque gosto dele, porque idiota não sou.