sábado, 29 de agosto de 2009

Décio de Almeida Prado - Um Homem de teatro

Um pouco da história do maior crítico teatral do Brasil (em minha humilde opinião)

Olá amigas e amigos e desavisados,



Estava eu numa busca incessante por um assunto para postar por aqui (pensa que é fácil arrumar assunto todo dia?) e eis que me deparei com uma matéria do jornal "O Povo" online (google é seu amigo). No dito jornal uma matéria pra lá de interessante a respeito de Nadir Roquelina Papi Saboya e me perguntei quantas pessoas não sabemos (o português está correto pode confiar) quem foi Décio de Almeida Prado.



Num rompante parei para lembrar das minhas aulas de história do teatro brasileiro (que tive a sorte de acompanhar com um professor sem igual: Alexandre Mate) e de como os meus colegas de classe ignoravam as sábias entrevistas que o professor nos colocava para assistir. Então me lembrei de um livro (cujo título roubei para o título do post) e decidi que não haveria tema melhor.



Décio de Almeida Prado (1917 - 2000) começou (cedo?) mais ou menos em 1941 a colaborar com uma revista "Clima" em realidade ele ajudou mesmo a criá-la. Na mesma época já dirigia o GUT (Grupo Universitário de Teatro), posteriormente foi convidado pelo jornal "O Estado de São Paulo" (que nos deu também Alfredo Mesquita, quem sabe final de semana que vem conto um pouco sobre ele) para trabalhar como crítico teatral (1946 a 1968, o que aconteceu mesmo em 1968?).



Já em 1956 e 1967 acumulou também a função de Coordenador do suplemento literário do mesmo jornal. Foi neste período da vida que ganhou notoriedade como intelectual e foi onde recebeu o devido reconhecimento pelo trabalho e cultura, de fato impressionantes. Ingressou depois na FFLCH da USP, onde foi extremamente influente na cadeira da Literatura Brasileira na faculdade de Letras da USP, lá foi ele quem introduziu os estudos de Teatro Brasileiro (hoje contamos com pouquíssimos professores na area de graduação neste assunto).



Foi também professor da EAD (Escola de Arte Dramática) principal escola de teatro de São Paulo (e uma das mais importantes escolas de teatro do Brasil), escola que teve como primeiro coordenador o Alfredo Mesquita.



Mas para que não fiquem só no que eu estou dizendo (afinal não sou mais que um estudante) acreditem no que diz Antunes Filho sobre o Décio:





"Para mim, Décio é um exemplo do intelectual e da integridade moral diante do cotidiano e dos momentos mais aguçados de crises políticas no Brasil; nosso "Papa", que inaugurou e sistematizou em termos universitários a cultura crítica teatral. Lamento muito que hoje, na sociedade de massa em que vivemos, esse trabalho esteja reduzido a um relato subjetivo e impressionista, impedindo o espaço para o aparecimento de homens de sua envergadura"



Ou então o que diz Paulo Autran:





"As críticas de Décio eram verdadeiros ensaios sobre o assunto. Ensaios abrangentes, inteligentes e úteis para todos nós. Hoje já não há espaço para críticas tão longas e, definitivamente, já não se fazem mais críticos como o Décio"



Ou Tônia Carrero:





"Décio de Almeida Prado foi em seu tempo o crítico mais admirável e o orientador mais capaz. (...) E teve a gentileza de me estimular, elogiando-me em suas críticas"



Por hoje é só!



Inspirado pelo livro:  Décio de Almeida Prado - Um Homem de teatro da EdUSP

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