quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL E BOM ANO NOVO

São os educados votos do blog para você. Voltamos à ativa dia 4 de janeiro,



Abraços

Turrar.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Censura e o Censor

Sim meu polvinho, parece um assunto ultrapassado, uma coisa de outro mundo, mas aconteceu comigo não pelos motivos que levavam um texto a ser censurado outrora, mas os motivos interessam?



É isso aí, fui censurado.



Por quem? Não citarei nomes, nem que fórum de e-mails isto ocorreu, porque eu, ao contrário do senhor bem intencionado que me censurou (todo censor é bem intencionado, pensem bem), sei bem a diferença entre discussão e agressão.



O Fato ocorreu da seguinte forma.



Tentei, como sempre faço publicar um texto deste blog nos fóruns de e-mails, coisa que sempre faço. O texto, vejam só, continha palavrões (tive a disparidade, a cara de pau, a desfaçatez de utilizar a palavra mais comumente utilizada para 'profissionais do sexo').



O próprio censor, admitiu em conversa particular (que também censurou quando quis tornar públicas no espaço dele, de censor) que o texto não agredia ninguém, tampouco eu estava a ofender alguém com o texto, mas que ele poderia ser mal interpretado...



Não sei se esta situação é familiar a vocês, mas não era por conta da má interpretação que a ditadura proibia, livros, filmes e músicas? Perguntem a Chico Buarque...



O texto original, caso tenham a coragem de ler algo que contenha palavrões, está neste link.



Em nenhum momento tive a intenção de agredir o censor com estas palavras, fique bem claro, motivo pelo qual não direi qual o fórum ou o nome do ser humano.



Apenas considero por demais 'politicamente correto' e por demais infantil que um texto seja censurado. Ainda mais pelos motivos alegados.



A intenção da censura, deixou-me claro o censor, de codinome Beija-Flor (para que saiba que não pretendo agredi-lo com estas palavras, embora seja uma agressão qualquer censura, seja com que intenção for...), era que as mensagens seguissem um padrão de ética, ou ainda que fosse criado um padrão de ética com as regras do fórum.



Quem conhece meu blog sabe que há regras para publicar comentários, e poderia ser eu um censor dos comentários que mostrassem opiniões contrárias, ou que utilizassem de palavrões ou fosse agressivos.



A quem fizer as comparações, duas ponderações:



1. As regras são claras e transparentes, todos sabem os motivos para publicação ou não de um comentário no blog, você é obrigado a ler antes de comentar e mesmo que não comente pode ler.

2. Há, no blog, inúmeros comentários agressivos contra o autor dos textos (doravante EU) publicados para que qualquer pessoa possa ler.



Enfim, que se manifestem ou não as pessoas, só queria deixar minha opinião bem clara, porque é nas boas intenções que se fazem besteiras como retirar um presidente para que se coloque alguém melhor no lugar.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Qual é seu preço?

Sim meus coleguinhas, hoje falaremos de algo muito importante e raro caro, o cachê.



Polvilhantes e Polvilhados,



Como têm passado? E o seu passado? Muito panetone? ok, não falarei do óbvio...



O óbvio é que cada um paga o quer quer no teatro, ou não? Quantas milhares de vezes vimos o mesmo trabalho por cachês que beiram o  ridículos ? Apresentação de peça infantil é a cereja do bolo, um bolo fedido mofado e podre por dentro.



Me desculpem o mal jeito, depois de alguns anos de prostituição a gente fica assim, mal-humorado. Chatinho mesmo. Ossos do ofício.



5% da bilheteria. Esta é a constante para o teatro infantil. Se o produtor é 'sério' são 5% do bruto. Se resolve te foder prejudicar é do líquido.



Bonito. Considere que normalmente são cerca de 4 atores, isso dá... (se eu não for tão burro quanto aparento ser) 20% do total bruto da bilheteria.



Considere aí que 10 % fiquem com o teatro (isso se passarmos o mínimo da renda, geralmente estipulada entre 200 e 500 reais).



Sobram réles 70% para os produtores. Que geralmente têm mais de uma peça infantil o que dá cerca de 140% para eles, 40% para os atores e 20% para o teatro.



Sim, os produtores pagam viagem, (alguns, nem todos, acredite...) almoço, cenário e figurino.



Qual a porcentagem dos atores num espetáculo infantil? Compare com a importância do cenário e figurino, e me diga se não há algo errado aí...



Quando te perguntarem a profissão, não hesite em responder: PUTA/MICHÊ.



Nestas paga-se com mais respeito e você não passará vergonha.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Crítica - 2012

Hoje a crítica do filme 2012.



Sim polvilhos e polvilhas,



Se gostam de efeitos especiais então este é um filme que você precisa assistir.

Um filme com alguns méritos mas nada de sensacional. O começo do filme lembra um pouco o começo de "Guerra dos Mundos" filme que não costuma ter meio termo (ou odeiam ou amam).



Mas 'Guerra dos Mundos' trás uma novidade, é um história que já começa do meio. Não é o caso de 2012.



Um escritor cujo livro não faz sucesso há tempos resolve acampar com os filhos (uma menina e um menino) cuja relação está um pouco desgastada pela separação dos pais.



Ao acampar percebem que há algo errado e, bem, o mundo está acabando. A partir daí temos uma corrida do tipo 'salve-se quem puder' até o final do filme. Que é longo em demasia.



O roteiro, com o perdão do trocadilho, não é o fim do mundo. Nem o suprassumo da inteligência. Nada demais.



Os efeitos especiais, claro, valem o filme. Bem como algumas atuações que fogem ao medíocre. No geral, apenas mais um filme. Mais um "Independence Day".



Ao final (calma, não contarei embora seja extremamente previsível) uma lição de moral um tanto politicamente correta. Que faria questão de exaltar negativamente não fosse o comentário de uma simpática garota de 10 anos à minha frente.



Acenderam-se as luzes e ela disse:



"viu papai, a África é a única salvação do futuro da humanidade"



Tomara que, quando grande, ela continue acreditando nisso.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Crítica - (500) Dias com ela

Hoje a crítica do filme "500 dias com ela", Joseph Gordon-Levitt e Zooey Deschanel vivem os protagonistas do (orginal em inglês, intraduzível) "500 days of Summer". Intraduzível por ser Summer o nome da personagem central.



O sábio leitor / espectador deve ser logo avisado de que trata-se de uma comédia romântica. Não espere, portanto, outra coisa.



Não é, porém, uma comédia romântica das mais batidas. Algumas técnicas fazem do filme algo quase novo, repita-se continua sendo uma comédia romântica (para o bem ou para o mal).



(500) Dias com Ela utitliza de dois argumentos simples para fugir ao comum. O tempo e as 'legendas'.



O filme começa na metade da história, por assim dizer. E uma legenda bem simples dá um tom cômico e situa o espectador dentro da trama.



(200)



Desta forma extremamente simples somos levados à três sensações. A de que sabemos como terminará o filme (o título diz 500 dias com ela, não 501). A angústia de saber que o filme está próximo de um final que não se mostra completo até que chegue. E a saborosa sensação de que estamos à par da história por inteiro.



Mas esta não é a única legenda que diferencia este de outros filmes. A divisão da tela com o



Expectativa || Realidade



Dá um tom cômico à narrativa um tanto trágica do momento e aproxima o espectador da história. Outros elementos cômicos ajudam a levar a trama sem cansaço, um efeito de animação bastante comum nas histórias da Disney é um deles.



Se você gosta de comédia romântica vai adorar esta.

Se não gosta, não verá nada de mais nela.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Cinquentinha ?!

Lembram tudo que eu disse a respeito de minisséries serem melhores que as novelas? Esqueçam... Cinquentinha acabou de me provar o contrário...



Sim sim salabin...



A rede (você é) Bobo conseguiu acabar com a única atração que era unanimidade entre os artistas, pelo menos. Acabou com a minissérie.



Depois te tantas produções elogiáveis (que contestaria a qualidade de "Hilda Furacão"? Ou da "Casa das Sete Mulheres"? entre tantas outras...) para assumir que não precisamos mesmo pensar...



Segundo José Simão (e eu não costumo dar orelhas a ele) :



Cinquentinha é a Malhação da Terceira Idade

E quem aí acha que não?



Um roteiro batido, atuações para lá de medianas (lá = baixo) e uma direção extremamente segura, e 'odiavelmente' dentro dos padrões.



Você pode até dar risadas, mas como disse um diretor amigo meu:



Rir nunca foi sinônimo de qualidade da comédia...





É meu polvinho, está cada dia mais difícil defender a TV...

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A Tv está acabando?

A Falha Folha de São Paulo informou, através de sua coluna "Outro Canal" parte da Ilustrada (que anda muito fraca ultimamente) que todos os canais de tv aberta perderam audiência se comparados ao ano de 2008. Será o fim da Tv?



Não. Claro que não.



Polvilhantes e Polvilhantes,



Se é verdade que o números da audiência em São Paulo caíram, os números nacionais não indicam o mesmo. Houve, e isso fica bem claro uma diminuição do ritmo. A principal emissora passou em 2008 de 19,3 mi de audiência para 19,7 mi.



Como não sou muito bobo nem nada resolvi observar também os números da Tv a cabo. E olha que surpresa...



Aumentaram os assinantes de 5,3 mi para 6,2 mi (2008 para 2009)!



É meu polvinho cuidado com aquilo que lêem.



E sorte pros paulistanos que, como eu estão alagados e / ou ilhados em casa.

domingo, 6 de dezembro de 2009

É hoje, no Parlapatões

DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2009

O Teatro Resiste!





Bortolotto Viverá!



O espaço público é do cidadão.



O Teatro não vai se intimidar com a violência, muito menos se submeter aos bandidos, aos que querem a escuridão nas ruas, aos querem que o povo fique em casa, acuado.



Mário Bortolotto é um símbolo de nossa Praça Roosevelt. Seu estado de saúde é grave, mas está resistindo e viverá.



Vamos nos reunir no Espaço Parlapatões, hoje, dia 06/12 (domingo), às 21h, para mostrar o quanto queremos que nosso amigo se recupere completamente.



Nosso amigo Carcarah, também atingido, passa bem e está conosco em pensamento pela recuperação do Bortolotto.



Não apresentaremos a peça O Papa e a Bruxa, para que todo nosso elenco, artistas, produtores, técnicos e funcionários do teatro possam participar desse ato.



Chamamos os amigos, artistas, público, freqüentadores da praça, vizinhos, jornalistas e todos os que se dispõe a enfrentar a violência para vir a este encontro.



Vamos ler trechos de suas peças, seus poemas e vamos mostrar que o nosso palco não está a serviço das tragédias reais, mas que faz dramas, comédias e tragédias para dar fôlego à sociedade para enfrentar suas mazelas.



Compareça! O Teatro resistirá mais uma vez.



Bortolotto viverá e escreverá muito mais de nossa história!



A praça é do povo, da cultura, da comunhão, da arte e da paz!



Dia 06/12

Domingo, às 21h

Espaço Parlapatões

Praça Roosevelt, 158

tel. 11 3258-4449



http://www.parlapablog.blogspot.com/

Crítica: Julie & Julia

Hoje a crítica do filme Julie & Julia, com Meryl Streep dirigido por Nora Ephron.



Polvilhos e Polvilhas,



Ainda em choque pelo assalto à bilheteria do Parlapatões, resolvi mudar de ares e ir ao cinema que ser urubu não é a minha (exceto pelo título do Flamengo...), mas, vamos ao que interessa...



Julie & Julia é um filme comum. Não tem nada de extraordinário. Nem mesmo a atuação da ótima Meryl Streep passa do comum. Um comum acima da média, é verdade, mas nada extraordinário.



Como a vida de Julie, a protagonista. Uma burocrata que trabalha para a fundação que deve decidir sobre as indenizações de quem perdeu parentes no World Trade Center. Não, ela não chega mesmo a decidir quem recebe e quem não recebe o dinheiro, apenas atende aos telefonemas. De novo, comum.



E é nesta vida comum que entramos ao assistir o filme. Filme que tem de incomum a questão temporal. Vamos assistindo a vida de Julie enquanto nos é contado o que já ocorreu (sem clichês para isso) com a vida de Julia.



Julie, casada, acaba de se mudar para um apartamento que não é exatamente o American Dream. E tenta ver o lado bom com o marido, mas acha mesmo difícil encontrar algum.



À procura de um passatempo resolve, por sugestão do marido, criar um blog onde pretende mostrar os resultados de sua empreitada cozinha a dentro, sempre usando como guia o livro que Julia criou no passado.



O filme explora muito bem o uso de duas protagonistas. Uma trilha sonora que passa desapercebida (sinal que é também, comum e funcional) e uma fotografia muito bem trabalhada, seja em Nova Iorque seja em Paris, onde vivem, respectivamente, Julie & Julia.



Não farei a maldade de contar o final, mas saibam desde já, é até certo ponto previsível, o que não estraga de forma alguma o filme.



Enfim, vale a pena assistir, mas não faça nenhum sacrifício por ele.



Horários em Sâo Paulo aqui



Horários para o Rio de Janeiro aqui

sábado, 5 de dezembro de 2009

Assalto no Parlapatões.

Parece piada mas não é. Tentaram (ou conseguiram?!) assaltar o teatro do Parlapatões em São Paulo. Diretor e ator são baleados. Mas roubar bilheteria de teatro?



Meu polvinho,



A questão é séria mas não deixa de ser piada. Assaltaram uma bilheteria do Parlapatões. Fosse o teatro Abril e eu entenderia mas...



A notícia está aqui mas está na falha de sp e em outros tantos também. Desta notícia, discordo apenas da parte em que colocam o Mário B. como um dos que revitalizaram a praça Roosevelt. Só porque atua lá? Então eu e tantos outros tambám somos responsáveis... não. Mas a questão é outra.



Ao reagir a um assalto foi baleado o ator, diretor e dramaturgo além de Carcarah, figura emblemática do local que também levou tiros na perna, embora os jornais, sedentos por celebridades (e pseudo como o Mário) só noticiarem este fato nas primeiras matérias antes ainda das correções que sempre chegam...



Segundo as matérias ambos teriam reagido a um assalto. Não cabe ao blog julgar mas reagir a assalto normalmente dá nisso.



Vamos ver se o fato serve, ao menos, para unir um pouquinho essa classe 'artística' e saber se algum protesto ocorrerá.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Cláudia Raia volta à cena. "Pernas pro Ar"

Tive a oportunidade de ver a entrevista do ser 'em questã' no Jô Soares e pensei em escrever algo a respeito... como podem ver... conclui meu pensamento... ah, a peça é "Pernas pro Ar"

 Sim Polvinhos e Polvinhas,



Ela mesma, Cláudia Raia está de volta. Brincadeiras à parte já era hora desta senhora voltar a atuar não é? Nada contra as novelas, mas nelas pouco há de atuação né?! Atuação mesmo estava em falta já a algum tempo.



Talvez por isso o musical. Reino onde situa-se muito bem, de fato, não perde nada para musical nenhum americano.



Eu, por não gostar de musical talvez, acho que está justamente ai o defeito. Sim, porque Hollywood vai sempre fazer um filme Hollywoodiano melhor que qualquer brasileiro. O mesmo vale, em minha opinião, para os musicais deste tipo.



Melhor seria que fizesse como Zé Renato (vulgo "o mestre", começou no Oficina, ou o Oficina começou com ele, enfim, a história se perde...) e montasse um musical 'à brasileira' tal qual o ÓTIMO (mesmo!!) "Rua Treze de Maio s/n". Sem a menor sombra de dúvidas o melhor musical que já vi.



Orçamento? Se ultrapassou os 3 mil reais foi muito. Inclua aí o aluguel do teatro. É, pois é. Esta é a diferença básica que não entendo nessa gente.



Porque repetir um modelo que não nos serve (ou quantos artistas tem a bala de fazer turnê com 3 caminhões?!)? Porque abrir mão de uma cena nossa, repetindo sim, a lição que nos foi dada aqui mesmo na Paulicéia Desvairada em 22...



Não sei. Mesmo. Porque público haveria. Ingressos caros ou baratos... não discuto isso.



Acho mesmo uma pena.



Mas não se engane, se eu tiver oportunidade (entenda $) assistirei Cláudia Raia nesse musical. E aconselho que faça o mesmo, ela não costuma decepcionar.



Mas prepare teu bolso.



em tempo, a peça vai pro RJ no futuro...

_____________________________________________________

Bilheteria do Teatro Bradesco



R. Turiassu, 2.100 - Perdizes - Oeste. Telefone: 3670-4141

Horário de atendimento de Domingo a Quinta das 12h às 20h, Sexta e Sábado das 12h às 22h

Preço -

Frisa 3° andar - R$ 50,00

Balcão Nobre - R$ 60,00

Frisa 2° andar - R$ 80,00

Plateia - R$ 150,00

Frisa 1° andar - R$ 120,00

Camarote - R$ 200,00

Marisa Orth

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

ELT agradece.

O post original sobre o assunto se encontra aqui, o de hoje é aqui mesmo...









Paulo Miklos, o Ator.

Quem? Paulo Miklos. O quê? A frase:

"Agora, ninguém pode mais dizer que eu não sou ator"



É isso mesmo meu polvinho, Paulo Miklos, aquele do Titãs, do filme "Invasor", esse mesmo, foi o autor da pérola acima.



E muito se engana quem pensa que vou criticá-lo por se auto-intitular ator. Muito se engana quem acha que vou criticar o moçoilo pelo simples fato de não ter estudado o teatro. Vou até citar nosso queridíssimo presidente para isso.



Eu gosto do Lula. Votei e votaria nele quantas vezes ele se candidatasse. Mas tem uma diferença básica entre Lula e Paulo Miklos, vocês hão de concordar... (duro é saber que você pensou "5 dedos ao invés de 4"...).



Lula passou a vida metido na política. Não precisou fazer Ciências Sociais para saber Política. Aprendeu na prática. Ou alguém duvida disso?



Paulo Miklos passou a vida na música. E não sei se freqüentou alguma escola, mas de qualquer forma não sei se aprendeu muito. Ok, foi brincadeira.



Mas a relação é verdadeira.





Como é verdade também que o dito-cujo foi bem no filme "Invasor", o filme é que não foi lá muito bem...



De qualquer forma, ainda que tenha ganhado um prêmio no Festival de Brasília, ele já era ator muito antes disso... E prêmios não significam mesmo muita coisa... Eu vi (e foi difícil ver...) Lígia Cortez no palco, e, meses depois, a vi ganhar o prêmio Shell (esse sim, um prêmio respeitável, bem... era até esse fato...) e SEI que o Miklos é melhor que ela...



Se me perguntassem, assim, de sopetão: "PM é ator ?" (ok, talvez fizesse um trocadilho infame com a polícia, mas além disso)Não titubearia em responder: "Claro que não!".



Mas num mundo onde Marília Gabriela é atriz, Paulo Vilhena e Dado Dolabella são atores, quem sou eu pra discutir... Isso sem lembrar tantos outros excelentes músicos, como Marisa Orth... né PM?! (e não me prendam!!)

Paulo Miklos, o Ator.

Quem? Paulo Miklos. O quê? A frase:

"Agora, ninguém pode mais dizer que eu não sou ator"



É isso mesmo meu polvinho, Paulo Miklos, aquele do Titãs, do filme "Invasor", esse mesmo, foi o autor da pérola acima.



E muito se engana quem pensa que vou criticá-lo por se auto-intitular ator. Muito se engana quem acha que vou criticar o moçoilo pelo simples fato de não ter estudado o teatro. Vou até citar nosso queridíssimo presidente para isso.



Eu gosto do Lula. Votei e votaria nele quantas vezes ele se candidatasse. Mas tem uma diferença básica entre Lula e Paulo Miklos, vocês hão de concordar... (duro é saber que você pensou "5 dedos ao invés de 4"...).



Lula passou a vida metido na política. Não precisou fazer Ciências Sociais para saber Política. Aprendeu na prática. Ou alguém duvida disso?



Paulo Miklos passou a vida na música. E não sei se freqüentou alguma escola, mas de qualquer forma não sei se aprendeu muito. Ok, foi brincadeira.



Mas a relação é verdadeira.





Como é verdade também que o dito-cujo foi bem no filme "Invasor", o filme é que não foi lá muito bem...



De qualquer forma, ainda que tenha ganhado um prêmio no Festival de Brasília, ele já era ator muito antes disso... E prêmios não significam mesmo muita coisa... Eu vi (e foi difícil ver...) Lígia Cortez no palco, e, meses depois, a vi ganhar o prêmio Shell (esse sim, um prêmio respeitável, bem... era até esse fato...) e SEI que o Miklos é melhor que ela...



Se me perguntassem, assim, de sopetão: "PM é ator ?" (ok, talvez fizesse um trocadilho infame com a polícia, mas além disso)Não titubearia em responder: "Claro que não!".



Mas num mundo onde Marília Gabriela é atriz, Paulo Vilhena e Dado Dolabella são atores, quem sou eu pra discutir... Isso sem lembrar tantos outros excelentes músicos, como Marisa Orth... né PM?! (e não me prendam!!)

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Eu tive um sonho

Não, não sou Martin Luther King, mas posso sonhar, ou não?

Não sou nada.

Nunca serei nada.

Não posso querer ser nada.

À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.





Eu tive um sonho.

Um sonho onde nenhum produtor me mandaria convites para atuar de graça.

Um sonho onde os universitários que produzissem arte buscassem leis de incentivo para pagar os envolvidos. E conseguissem apoio.

Um sonho onde dizer não ao trabalho de graça não fosse visto como arrogância, mas dignidade.



Eu tive um sonho.

Um sonho onde existissem escolas públicas de arte. E não fossem construídas pelos amigos do governador.

Um sonho onde fosse possível sonhar de viver do teatro. E não precisassemos fazer Tv antes para isso.

Um sonho onde ser bonito(a) não fosse requisito primordial para o sucesso artístico. Nem o único.



Eu tive um sonho.



Eu tive um sonho.

Um sonho onde fosse possível dizer a palavra arte sem amontoar significados que mais lembrem a palavra ignorância.

Um sonho onde ir ao teatro significava ver teatro.

Um sonho onde fazer cinema fosse possível a todos. Mesmo os que só querem sucesso.



Eu tive um sonho.

Não tenho mais.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Crítica: "O Solista"

Um drama baseado em fatos reais, sobre um ex-estudante de uma escola famosa de música que torna-se mendigo (morador de rua seria o mais correto) e acaba descoberto por um jornalista... Veja a crítica!





Antes de iniciar a crítica do filme "O Solista", devo dizer que fiquei sabendo do filme através de uma dessas entrevistas promocionais que passam a todo momento em nossas Tvs por cabo.



Jamie Foxx estava dizendo o quanto foi difícil fazer o papel por se tratar de um deficiente mental (provavelmente esquizofrênico) que o fazia a todo momento reviver seus medos. Foi, ainda segundo ele, aconselhado a deixar o papel de lado e abandonar o projeto por uma psicóloga que deveria fazer sua supervisão...



Isto posto, vamos à crítica...



O filme começa mostrando a vida do jornalista e como ele chega ao personagem central da trama. Nada de incomum, a não ser por um acidente sofrido pelo jornalista e que não muda absolutamente nada na trama, e , em minha humilde opinião, sem sentido, embora o espectador mais atento possa querer dar um sentido mais amplo à queda de bicicleta sofrida por ele. Para mim, não há sentido figurado que compense.



A trama começa a tornar-se mais interessante a medida em que o jornalista tenta se aproximar do "solista".



As atuações de Jamie Foxx e Robert Downey Jr. estão, de fato, inteligentes, sensíveis e o principal, precisas.



Se há uma crítica ao personagem do jornalista, ela não é panfletária. É preciso estar também atento ao roteiro e às dicas que o filme dá ao criticar o 'modo colonizador' como se aproxima o 'são' do 'maluco'.



Intrigante quando precisa ser, e tenso quando quer, o filme tem uma ótima câmera. Além de uma trilha sonora de dar inveja, claro, feita de clássicos de Beethoven e Bah.



Não vejo motivos para um ator enlouquecer, perder a cabeça ou coisa que valha com o personagem central. Mérito, aliás que ganha o filme. Pois se todos conhecemos uma história parecida ou lenda urbana que o valha, a do "Solista" faz valer a pena o ingresso.



Um menino estudioso, atento, sensível. Que acaba por tornar-se obsessivo e 'louco'. Que toca quando quer e para quem quer, e não quando mandam. A loucura trás mesmo o caos e uma anarquia real (não aquela de orelha de livro). Mas esta é uma outra história.



Vale a pena conferir, ao menos pela atuação que, aposto, renderá uma indicação ao Oscar.





quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Blog foi entrevistado

Veja a matéria que foi feita a partir de algumas entrevistas, entre elas uma com o blog, para a faculdade UniSant'Anna













(Clique na figura para aumentá-la e conseguir ler. Não, eu não sou nenhuma das fotos...rs)



Abaixo a entrevista e as respostas originais...



Você costuma frequentar teatros a preços populares?

 Sim, normalmente é este tipo de peça que costumo assistir. Mas é preciso desmistificar aquilo que chamamos de preços populares. Um jogo de futebol, em São Paulo, tem preços de R$20 a R$30 (preço cheio) então este são valores que podemos considerar populares. Quando falamos preços populares, em geral, nos vem a mente valores de R$5,00. No teatro, em geral, esse valor é impraticável. No entanto não é preciso cobrar R$80, R$100 para sustentar uma peça...



O que acha do projeto do Vale-Cultura?



Acho muito bom. É preciso incentivar a cultura também para o lado do espectador. Costuma-se pensar somente em leis de incentivo a quem produz cultura, e muitas vezes nos esquecemos que há um outro lado... Acho muito interessante a idéia de se pensar cultura como direito do trabalhador. No próprio site do Minc você tem uma comparação aos benefícios que o trabalhador tem em relação ao transporte por exemplo. Essa mudança é estrutural, é de pensamento. Acho louvável que se incentive a cultura como parte da rotina das pessoas.



Acredita que este projeto trará mais consciência cultural às pessoas?



Não. Por sí só não. Mas trás à tona a discussão. O trabalhador terá que pensar em cultura ao menos uma vez por mês, nem que seja só para decidir se vai abrir mão de parte do salário (o Minc diz até 10% do benefício) para a cultura ou não. No entanto é preciso que se faça uma política mais ampla nesse sentido. Aqui em São Paulo se fez a Virada Cultural, a Virada esportiva, no entanto acabaram os shows de domingo no Ibirapuera. Parece pouco mas é grave. Trago de novo a questão simbólica como ponto de partida: A cultura deve ser rotineira ou pontual? As viradas trazem mais mídia ao governo (municipal e estadual no caso) mas os shows de domingo criavam uma rotina de cultura... outro ponto a se discutir é o que exatamente a lei entende por cultura... no geral música, teatro, cinema e esporte são cultura, mas se vamos aos orçamentos veremos que o dinheiro do teatro, música e cinema saem de um lugar e o de esporte sai de outro...



Você gosta de cinema? Que tipo de produções mais te provoca?



Depende do sentido de provocar (risos). Não vejo diferenças provocativas (no sentido de fazer pensar) em tipos diferentes de produções, mas em tipos diferentes de estéticas, de temas. Não sou do tipo que pensa que Hollywood por ser comercial não faz provocações sérias e profundas.... Nem acho que só por ser independente a produção é boa, sagaz. Gosto quando a coisa sai do óbvio, quando alguém pega o Coringa e o transforma num fator de questionamento a respeito da caos ou mesmo quando o batman deixa de ser um herói e passa a se questionar até onde deve ir, se está fazendo justiça ou vingança. Mas gosto também quando um "Habana Blues" filme cubano, de baixíssimo orçamento e distribuição transforma a questão de deixar ou não sua terra em uma questão maior do que o simples lá é bom aqui é ruim ou vice-versa. É preciso relativizar mais os filmes de Hollywood, e também os filmes ditos 'cult'. Não é porque tem dinheiro que é óbvio e contra-producente nem porque não tem será necessariamente questionador...



Sobre o cinema iraniano. O que acha de filmes que tratam de situações corriqueiras e simples de forma elaborada, inocente, mas carregada de política e carga emotiva?



Conheço pouco do cinema Iraniano, conheço apenas os filmes do Abbas. O simbólico é uma arma potente hoje em dia. Você fala de política e ouve que isso não se discute. Então é preciso arrumar outros meios para falar da política. Talvez falando de um menino que busca o colega batendo de porta em porta seja uma forma de dizer que precisamos achar o caminho, fazer por onde mesmo quando não há incentivo político para isso. Ou talvez seja só um menino perdido mesmo, quem sabe? O realismo com o simbólico é uma forma de driblar a censura por lá. Mas pode ser usada por aqui para driblar o 'analfabetismo político', para falar de política sem precisar ouvir que todo político é corrupto.



Se recorda de algum exemplo de produção com este mesmo perfil?



Por incrível que pareça lembro de Hollywood. Do "Lost in Translation" (Encontros e Desencontros, péssima tradução). Fala de um ator em decadência que ao ir gravar no Japão percebe que precisa repensar muita coisa... Nesse sentido (situação corriqueira, inoente mas carregada de política e carga emotiva) acho bem parecido. A diretora consegue trazer a tona discussões profundas a respeito da busca de sentido para a vida mostrando algo que, em princípio, seria normal. Mas certamente há uma linguagem única no cinema iraniano, como há em alguns filmes nacionais.



Já assistiu a algum filme do cineasta Abbas Kiarostami?



Sim, Onde é a casa do meu amigo? e E a vida continua.



Vi em seu blog sua última atualização na qual comenta sobre a "missão" do teatro.

A Soninha, em entrevista, comentou sobre o vale-cultura e como se preocupavam se o trabalhador beneficiado assistiria a peças teatrais ou se preferiria gastar o valor com grandes produções de Hollywood. Ela completou dizendo que ninguém diz ao funcionário o que deve ou não comer com o seu VR. Ou seja, o governo não deve decidir o que é importante, no âmbito cultural, para cada cidadão.

O que pensa a respeito disso? De como as pessoas irão utilizar seu benefício de consumo cultural?



Penso que é muito fácil uma política (porque é governante) passar a responsabilidade para o cidadão. Mas também acho muito fácil para mim (como cidadão) dizer que a responsabilidade é do governo. A questão é mais profunda. É claro que não compete ao governo a tarefa de escolher o que é importante para o cidadão assistir ou deixar de assistir. Mas não escolher, atualmente, já é escolher. A partir do momento em que temos uma cultura de celebridades é muito difícil dizer ao trabalhador que abra mão delas para assistir algo novo, talvez, mais complexo.



Como disse anteriormente é preciso que a cultura passe a ser rotina. Não dá para assistir só às grandes produções cinematográficas, mas também não dá para abdicar delas. A questão é complexa. Acredito que, incialmente, haveria uma 'fuga' para as produções mais conhecidas, mas sendo uma política continuada é possível incentivar o trabalhador a ver outras coisas. Imagine que a Fernanda Montenegro acaba de pegar apoio da Lei Rouanet para um espetáculo a R$15,00, isso é ruim? Não acho. Acho muito bom, fez parte da minha formação como ator assistir ao Paulo Autran, Raul cortez, Marco Nanini. Mas fez parte também assistir espetáculos de rua, grupos amadores, tudo isso é cultura. Então penso que no começo o cidadão "vai tirar o atraso" ver os grandes filmes nos cinemas.



Mas não podemos esquecer que o povo já assiste às grandes produções sem incentivo, de uma maneira ou de outra ele terá maior direito de escolha no âmbito cultural. Cabe aos artistas buscarem incentivos para a divulgação das obras culturais que não contam com as celebridades, principalmente na questão da propaganda porque já se produz muita arte independente, mas as pessoas não ficam sabendo. Caso soubessem poderiam de fato optar, mas isso não ocorre hoje, por isso digo que não direcionar (por parte do governo) já é dar um direcionamento, porque as grandes mídias estão aí, ocupando seu espaço; os alternativos é que precisam, realmente, tornarem-se alternativas culturais, mas para isso é preciso um esforço conjunto do governo com os artistas (principalmente os que não estão na TV)








Acha que seria também importante aproximar as pessoas da arte, promovendo oficinas e cursos?



Essa é uma outra questão. Oficinas e cursos são importantes para formarem os artistas. Hoje só tem uma formação completa (com história da arte, do teatro, estéticas etc.) quem é de classe média e está em SP ou RJ, principalmente. Claro que há exceções. Muito boas por sinal (Wagner Moura, Lázaro Ramos e por aí vai...). Acho que para aproximar as pessoas da arte a arte tem de estar presente nas ruas. Precisa haver museu, exposição, shows, peças de graça.



Precisam haver novelas mais culturais, mais filmes nacionais na TV, mais seriados relevantes em horários populares (não apenas na madrugada porque isso também impede o trabalhador de assistir) tudo isso aproxima as pessoas da arte.



Oficinas e cursos estão faltando demais, mas é uma outra questão, a da formação. Não dá para a Soninha dizer que o governo não pode decidir que produções o cidadão irá assistir se o governo dela não fornece formação cultural de graça ou a baixo custo. Que cursos técnicos de teatro, cinema, dança existem por aí? Pouquíssimos... Então as pessoas se afastam desde sempre da cultura. Aí não há vale-cultural que resolva. Se eu não vejo a arte como meio de vida eu a afasto de mim. Aí vou atrás do que está na minha cara que são as grandes produções. Não podemos formar a classe média e alta na arte e esperar que o público de baixa renda procure filmes alternativos, peças sem atores de TV, isso é surreal.



Eu vejo muito embate em torno da Lei Rouanet mas não vejo em torno da formação dos atores...



É claro que o blog agradece à repórter Sâmia Gabriela pela oportunidade e divulgação da entrevista, mas também não se surpreende com a ligeira distorção devido à falta do contexto da minha fala. Para explicar: na fala em questão eu deixo claro que é fácil para mim culpar o governo e fácil para o governo culpar o cidadão...Mas também não foi assim tão grave,,,

terça-feira, 17 de novembro de 2009

CLARIÔ ABRE INSCRIÇÃO PARA OFICINAS!

O GRUPO CLARIÔ, em parceria com a ASSAOC, esta oferecendo oficinas de Teatro e Dramaturgia no Espaço Clariô.

As inscrições estáo abertas e as aulas iniciam ESTA SEMANA.





Informações: 11 9995 5416



OFICINA DE TEATRO

Publico alvo: Crianças e adolescentes (d 08 à 15 anos)

Mestres: Janaina Batuíra e Alexandre Souza - João

Dias: Terças e quintas feiras das 13:00 as 16:00

Local: Espaço Clariô

GRATIS!



OFICINA DE DRAMATURGIA

Para adolescentes e adultos

Mestre: Will Damas

Dias: Sextas Feiras das 18:30h as 22:30h

e Domingos das 15 as 19hs

Local: Espaço Clariõ

Gratis!



--

Grupo Clariô de Teatro

www.espacoclario.blogspot.com

Stand Up Comedy

O que é o StandUp Comdey? Porque essa repentina moda de Stand Ups no Brasil? É repentina? O que é 'melhor' um bom Stand Up ou uma boa comédia?



Polvilhos e Polvilhas,



Como estão? Ok.



Já faz um certo tempo que venho percebendo um crescente das 'comédias de pé' (viu, fica melhor em inglês, vou fazer o quê?)



Não é de graça isso. E vocês podem me xingar, achincalhar ou mesmo tentar me matar (vem aí, manu!) mas ainda assim eu vou dizer:



O que se chama de Stand Up no Brasil faz sucesso por ser engraçado. E só engraçado. Sem conotação inteligente das piadas. Sem a menor politização. Sem pomba nenhuma.O povo adora porque é uma seqüência de piadas estúpidas engraçadas.



#ProntoFalei



E não me venham com um ou outro exemplo, porque sabemos todos. Exceções existem para confirmar a regra.



Não é de hoje que reclamo do nível das comédias em São Paulo. Não é de hoje que abandonaram qualquer senso de crítica, implícito em grande parte das comédias boas (para evitar de dizer todas...).



Não é de hoje que o máximo da comédia crítica que surge em São Paulo (com exceções, parlapatões, por exemplo) é "O Pagador de promessas" texto que, hoje, está batido. Digo HOJE ESTÀ BATIDO porque não é novidade nenhuma, nem crítica nenhuma dizer que os políticos são corruptos HOJE. (reparem que escrevi HOJE em maiúscula para depois não me entupirem as caixas com mensagens do tipo: é um clássico, como você desmerece assim ?)



Acho que existem Stand Ups ótimos (em São Paulo não conheço) mas a maioria abdica do essencial que é o mínimo de crítica. Mas tudo bem, porque política não se discute. (tenho nojo dessa frase).





Chris Rock é um exemplo de Stand Up crítico.



O que o Marcos Mion tentou fazer na MTV é outro exemplo de Stand Up sem crítica nenhuma (tudo bem, ele fez Célia Helena). Nesse caso específico é ainda mais 'brochante' se você conhece o original.



Enfim cada um sabe das suas preferências. Mas escolhendo o ruim, ao menos saiba que é ruim.



E não me perguntem se prefiro uma comédia crítica ou um Stand Up crítico. Eu sou ator. Gosto dos dois.



Abaixo um leve exemplo de Stand Up não-crítico. Mas muito engraçado.



sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Veio pelo twitter (@gusguimaraes e @cardoso)

Maldade pura...







quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Ensaio sobre o Blecaute

Era uma vez um planeta chamado Terra. O século é XXI. O ano é 2009. O acontecimento?



Uma noite comum.



Um homem comum vivia sua vida. Comum. Na televisão passava um programa que não devia, mas era comum. O homem se levanta, vai até seu quarto, cumprir sua rotina. Já sabemos, comum.



Aperta o botão e liga seu computador. Ordinário. Liga seu sistema operacional, sem saber exatamente o que há para operar. Senta, ouve uma música e começa a escrever um relatório que não sabe exatamente para que serviria, mas que também não era nada incomum.



 E ao chegar em sua cozinha, sua própria cozinha, e pegar um copo e enchê-lo com água gelada e guardar a garrafa na geladeira e tomar um pouco do líquido e sentir-se aliviado, eis que no meio desta série de acontecimentos houve um outro.



E na escuridão de sua própria presença, ali, logo após a fronteira do por do sol não viu-se só. Não viu nada. Um pensamento lhe ocorreu, destes que só uma criação católica, recheada de culpa nos trás.



Pensou e concluiu que não tinha deixado de pagar sua conta. Não. Não era sua culpa. Muito embora ele tivesse saído mais cedo do serviço, dando a desculpa de que precisava entregar um relatório na filial, muito embora tivesse escapado dez minutos mais cedo do que deveria, embora tivesse se sentido mesmo aliviado por escapar um pouco do trânsito, não era sua culpa. NÃO PODIA SER SUA CULPA.



Desligou os aparelhos da tomada, temendo uma pane qualquer. E olhou pela janela. a quanto tempo não olhava sua própria janela? Viu uma cidade que não reconheceu. Viu uma coisa que não era inteiramente comum. Um quê de não sei quê tomava conta das pessoas. Não era a escuridão que tomava as avenidas. Não era a pressa das pessoas em sair das avenidas. Isso tudo era, de certa forma, comum.



Percebeu que no prédio vizinho os vizinhos conversavam. Percebeu que havia um certo medo. Uma certa ansiedade que não era de todo ruim.



Passado o sentimento inicial começou a preocupar-se com as pessoas que gostava. E lembrou-se de ligar para elas. Mas seu telefone não funcionava. E começou a preocupar-se se as pessoas estavam preocupadas com ele. E presumiu que não haveria nada que os fizesse preocupar.



Afinal, era só a luz que faltava.



Acendeu um cigarro e e decidiu dar uma volta. Logo ouviu sirenes e gritos e correrias e gritos e batidas e gritos e um ruído.



Um ruído? a quanto tempo não prestava atenção nos ruídos? Um ruído.Vindo de dentro. Sussurrando. Metade perguntando metade respondendo. a quanto tempo não ouvia sussurros? E percebeu que não adiantava tentar reconhecer seu bairro aquela noite. Não era uma noite comum.



E ao decidir voltar ao seu apartamento com vista para a cidade escura e um tanto desconcertada percebeu que algo mudara. Mas não conseguia ver nem saber o quê.



Subiu quinze andares pé ante pé. Nunca tinha usado as escadas de seu condomínio. Hoje cumpriria a 'via crucis' um andar por ano de vida ali.



E como não podia mais fazer o relatório foi dormir. Com a certeza de que acordaria cedo para finalizá-lo.



Mas o despertador não tocou. Não que fosse exatamente um problema ele havia mesmo acordado com o Sol. a quanto tempo não acordava com o Sol? Mas aquilo não era comum. Olhou seu despertador e viu que ele não ligara. Não sabia bem a que horas havia ido dormir, mas a luz devia ter voltado.



Ligou a televisão. Que não ligou. Olhou pela janela e viu os semáforos desligados. Não era possível. Tomou um banho gelado. Era preciso se manter na rotina. Gelada rotina. E ao chegar no trabalho lembrou-se de que não havia relatório.



Pegou uma caneta e escreveu. E antes que pudesse apagar o que havia escrito canetas não pagam o bilhete voou. Como se o destino interferisse. Como se deus quisesse que o bilhete não fosse rasurado. Como se a fortuna tornasse o bilhete uma passagem sem volta.



E atravessou a porta. E descobriu que o caminho se faz caminhando. a quanto tempo sabia disso?



A luz voltou logo em seguida. Ele não.



Conto retirado do blog Letras Ordinárias

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Para quê serve um crítico?

É isso aí meu polvinho, a pergunta se faz também necessária, para quê um crítico de arte?

 É meus caros e carinhas, baratos e baratinhas, e também os de preço médio,





Para que demônios serve um crítico?



Não vale a resposta óbvia "Para criticar" nem a mais óbvia ainda "Para nada"! Objeto de ódio e amor, de raiva e paixão, enfim um objeto. Digo, um objeto de polêmica. Quem aí nunca sofreu com uma crítica negativa?



Amigos, críticos profissionais, todos nós já ouvimos / lemos algo que não gostamos. E nos irritamos e quisemos matar o sujeitinho safado que pensa que sabe tudo mas que na prática só sabe falar besteira! Exceto quando nos elogia, não é verdade?



É polvinho e polvinha, de fato é um ser estranho esse tal de crítico. Serviria ele para dizer ao público que deve ou não comparecer a um espetáculo? Bom, para isso pressupõe-se uma certa confiança do público em geral com este serzinho desprezível, correto?



Ou serviria ele para informar ao artista aquilo que o diretor não conseguiu enxergar, como um amigo sincero que te diz que teu cabelo precisa ser cortado urgentemente ou que estás gordo ou ainda, bem isso é mais raro um pouquinho, que você está ótimo!



O Crítico de arte. Merece ser respeitado quando respeita. Essa é minha opinião. E respeitar não é falar com educação, mas falar algo que preste. Xingar quando preciso, mas com argumentos. Elogiar quando necessário mas com argumentos.



Porque senão ele não passará de um pentelho nerd metido a besta que escreve um blog qualquer... e ... quer dizer... vocês entenderem né?!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Uniban e o mundo real

Não pude deixar de acompanhar, como vocês, a repercussão do caso. Não pude deixar de estranhar a atitude da universidade de expulsar a garota, e se encontrar alguém suspender os agressores. Quer dizer que mais grave é colocar mini-saia do que estuprar a garota? Pune-se ambos, mas a 'mais culpada' é a garota que "incitou os jovens"?

Mil perdões a todas e todos,



Permito-me um momento de 'off topic' para refletir sobre a capacidade do ser humano de piorar o que parece impossível. Já escrevi um post sobre o assunto, onde fui mal interpretado até (pensaram que estava justificando a agressão pelo fato de não concordar com as vestimentas, isso nunca foi dito!!), onde tentei expor minha opinião de maneira simples e objetiva:



Acho errado ir à faculdade vestindo trajes de balada. Homem E Mulheres. Mas absolutamente NADA justifica o ocorrido! Nada! Da mesma forma que não culpo uma mulher que foi estuprada por ter se vestido de maneira provocante (e nem acho errado vestir-se assim) não podemos pensar em culpar a garota.



Pronto. Repeti. Espero ter ficado claro. Universidade é local de estudo. Não custa levar uma mochila e trocar-se após as aulas. Isso não quer dizer que alguém tenha o direito de abrir a boca para falar, quanto mais achincalhar alguém publicamente.



Mas mais grave que o nível dos estudantes parece ser o nível dos 'donos' da Fantástica Fábrica de Chocolates (ou você acha que dá pra levar a sério??!!).



O comunicado (veja abaixo) entre outras coisas diz que



a aluna se negou a complementar a vestimenta para desfazer o clima que havia gerado



Ah, bom, então tudo bem, vamos expulsá-la. Queria perguntar ao 'ser humano' que escreveu o comunicado se é normal ser expulso de uma 'UniQUALQUER' por se vestir de maneira inadequada mas ser apenas suspenso TEMPORARIAMENTE por ter xingado, agredido moralmente (ou não?!), ameaçado de estupro, de linchamento além de formação de quadrilha, esmurrar a porta (não é um bem da faculdade??) e quase entrar em confronto com força policial?!?!?!



Tudo bem não é Sr. Ivo Noal? (eu explico, para um bicheiro é mais fácil achar normal confrontos deste tipo...) Façam o favor e coloquem este nome no google. Só isso.



Não é normal o que houve. Qualquer um com um mínimo de dignidade expulsaria a Geyse. Expulsaria os envolvidos. Expulsaria os professores. E FECHARIA AQUILO. Porque menos do que isso é simplesmente risível.



E pensar que, para a lei, o diploma da Uniban vale tanto quanto o da USP, UNESP, UNICAMP, UFRJ entre tantas outras UNIVESIDADES que não são qualquer.



e tenho dito.





(clique para aumentar...)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Para que serve um diretor?

Não, esta não é uma pergunta irônica. É que muita gente não sabe mesmo qual a função do diretor no teatro. E no teatro de grupo? Processo colaborativo, processo comum, para que demônios serve um diretor?



That's it my litlle male and female octupus!



Como têm passado? (não diga! Não diga! humpf droga vou dizer... COM O FERRO!).



Nessas idas e vindas e vindas e idas noite adentro (sem duplo sentido ein pessoal) acabei por ouvir de um ser a questão que se coloca:



Para que raios serve um diretor?



É preciso se conter, você que é atriz ou ator,  para não dizer 'para encher a paciência'. Mais que isso o diretor serve para conter o ego desses malucos abobados que se chamam atores.



O diretor serve para dar uma olhada geral, como um transeunte que nada tem com o espaço e por isso mesmo é mais capaz de dizer o que está errado e precisa ser corrigido.



Acontece que o diretor tem muito com o espaço do teatro, dirá o sábio leitor e a viva leitora. E por esta razão acaba por se envolver.



Ok, é fato. Mas é fato também que se tem alguém com uma visão do geral, do todo, que nós atores, geralmente não conseguimos este alguém é o diretor. Ou deveria ser.



E para que serve ele afinal?? Oras bolas e carambolinhas, para organizar a bagunça. Já diria minha vó 'por ordem no puteiro' (ok, ela não diria isso mas vocês entenderam...).



E um bom diretor é capaz disso. De colocar os atores na mesma sintonia (estética, de ritmo etc.).



Portanto não vejo diferença no papel do diretor num processo colaborativo ou no velho e bom (sinto-me facista com essa frase) SISTEMA TRADICIONAL.



That's it! E tenho dito!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ser ou não ser? Eis a questão...

Ser ou não ser? Eis a questão... O dilema de Hamlet segundo eu mesmo. Ou não também, porque somos todos a união do que já lemos /  vimos / assistimos. Somos? Ser ou Não ser? Eis a questão....





Lendo o belíssimo texto do querido Vário do Andaraí (o taxista mais batuta da cidade maravilhosa) me lembrei (sabe-se deus porque) do famoso "Ser ou Não ser".



Se você - caríssimo leitor, nobilíssima leitora - nunca teve a oportunidade de ler esta peça, faça o mais rápido possível e depois leia o post. Se você já leu sabe que trata-se de uma vingança.



O ponto central é o também lema do Chaves (é, baixei o nível mesmo...) "Vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena" que todos já vimos. O Fantasma do pai realmente aparece? Ou é um interpretação do estado de espírito de Hamlet?



A última montagem que vi se absteu de decidir. Wagner Ramos era ao mesmo tempo Hamlet e o fantasma.



Mas o ponto central é justamente o assassinato. Ser ou não ser Honrado e criminoso? Eis a questão...



Se Hamlet decide por ser assassino, há quem diga que não foi mais do que uma "manutenção da honra". Há quem pense somente em assassinato frio e calculado. O fato é que há diálogos preciosíssimos no drama.



O melhor deles? Nada tem com Hamlet, ou tem porque tudo somos todos



    SEGUNDO COVEIRO: Quereis que vos seja franco? Se não se tratasse de uma senhorinha de importância, não lhe dariam sepultura cristã.



    PRIMEIRO COVEIRO: Tu o disseste; é pena que neste mundo os grandes tenham mais direito de se enforcarem e afogarem do que os seus irmãos em Cristo. Dá-me a pá. Não há nobreza mais antiga do que a dos jardineiros, dos abridores de fossas e dos coveiros; todos exercem a profissão de Adão.

O diálogo surge porque é dada sepultura Cristã a uma suicida.Engraçado, reflete a realidade.



E tudo isso para dizer que nem sempre o mais importante é o que chamamos de "Ser ou Não Ser"...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Michael Jackson, Uniban e o mundo real

Minhas amigas e amigos, já a algum tempo venho pensando em como não me calar diante da bizarrice que foi o show da Uniban (explico abaixo) ontem cheguei a algumas conclusões e gostaria de compartilhá-las....



É isso aí meu polvinho!



Bem vindos ao mundo, trem sem paradas (portanto não peça para descer), em que vivemos. Mundo em que passa pela cabeça de um ser humano se arrumar feito numa balada para assistir aula (será?!). Mundo em que este fato não é simplesmente visto como falta de educação (no sentido de não ter sido educada mesmo) mas como agressão impossível de ser ignorada. Mundo em que se vestir de maneira desadequada ao local onde você se encontra pode ser motivo para ameaças, agressões e porque não, estupro?



É meus coleguinhas... a vida está difícil...



Confesso que não sei mesmo o que me pareceu mais bizarro o fato de alguém encarar de verdade a faculdade como local de badalação e não de estudo ou o fato de seres, como bem definiu um amigo, "Neardentais do Jardim de Infância" estarem sem coleira a solta por aí...



Mas é isso aí o mundo funciona assim mesmo. E não me venha perguntar o que é que isso tem a ver com teatro que farei questão de surrá-lo(a) com pontapés, xingos e berros! E não haverá PM para tirar-lhe de minhas pancadas ein senhores! E senhoras...



Fui ver o filme do Michael Jackson. Pirado, a frase que mais repetia era "With Love". Sujeitinho engraçado esse tal de Michael... O cara com 50 anos, já ganhou tudo o que podia e resolve fazer um show e não se contenta em ser um bom show. Tem de ser O MELHOR SHOW. E seria, em minha humilde opinião, seria.



E o que tem em comum Michael e a - jamais vou me referir a ela com o nome que a tornou famosa -  Perdida da Uniban?



A inocência.



Para mim, Michael de fato se deitava e dormia com as crianças em sua Neverland. Para mim Michael seria incapaz de se aproximar delas sexualmente. Por quê? Porque, para mim, ele tinha esta pureza infantil. Que de fato chega a ser doentia. Mas quem liga?



Transformaram o rapaz num monstro doente, condenaram-no mesmo tendo sido inocentado pela justiça americana, sem provas. Mas quem liga? Ele tinha um jeito bizonho...



A menina da Uniban, tadinha, não ouviu falar do termo Universidade. Não sabe para que serve aquilo. E a culpa é dela? Ou de alguém - leia "VOCÊ E EU" - que permite 'universidades' do nível da Uniban?



É meu polvinho, como disse, o trem não para. Não adianta querer descer...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Crítica - Um Mau dia para Pescar

Hoje a crítica do filme "Um Mau dia para Pescar", uma co-produção Uruguai e Espanha do diretor Álvaro Brechner. (cuidado, Spoiler)



Primeiro é preciso dizer que se você não é de São Paulo terá de torcer muito para que o filme chegue até você. Se você é de São Paulo ou já viu o filme ou terá de torcer muito para que o filme chegue até você.



O filme foi o primeiro (e único, me envergonho sim...) que vi na 33ª Mostra Internacional de Cinema.



O filme trata de uma fábula. Não muito longínqua para nós que sabemos o que é fazer teatro por aqui. Trata-se de um ex-campeão mundial de luta livre que ganha agora seu pouco dinheiro com a ajuda de Príncipe seu suposto empresário e desafios públicos contra locais.



Ambos, Príncipe e Van Oppen (o tal lutador), acabam em uma pequena cidade da Argentina para mais um desafio.



Acontece que o ex-lutador tem uma aparência não muito saudável, gordo e velho ele já não passa confiança a ninguém. Príncipe trata de armar um desafio com um ex-lutador local e, como sempre, tenta persuadi-lo a perder a luta propositadamente.



O local acaba preso por uma confusão que causa no bar.



O Filme tem como mérito a construção dos personagens, bem como a atmosfera que consegue criar. Se os personagens parecem acabados para a vida, assim também é a cidade em que se encontram. Com cores escuras, ainda que em dia de sol, e uma câmera muito bem conduzida o filme prende o telespectador.



Por tratar-se de uma fórmula anelar (onde o início é também o final) o telespectador acaba por quase saber o que acontecerá no final. Eu disse quase.



Porque o que sabemos é que alguém se machucou no desafio e tão somente isso.



Como o lutador local acaba preso chega até Príncipe um outro local conhecido só como "Matador".

Príncipe que não tem o dinheiro para honrar o desafio de Mil dólares feito com o "Matador" começa a se desesperar concluindo que seu lutador não pode com o desafiante.



Trata-se de uma fábula. Como bem disse o diretor do filme, Álvaro Brechner, na sessão que pude assistir:



Trata-se de um filme sobre um vendedor de sonhos



E é isso mesmo. Vale a pena conferir, caso surja a oportunidade.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O fazer teatro

Você chega no Teatro, entra, o palco está vazio, assim como a platéia. Você cumprimenta o bilheteiro e a faxineira que religiosamente limpa aquela manchinha que você propositadamente deixou no canto esquerdo do palco para não ficar fora do foco. E entra no camarim....





Você arruma suas coisas. Como sempre. Você chegou cedo porque gosta de ter tempo para se maquiar, colocar o figurino e bater um papo com o elenco antes da peça começar.



Eventualmente você faz um aquecimento. Guarda a garrafa de água no canto da coxia, você sabe que depois daquela cena vai precisar de água e terá exatamente o tempo necessário para tomá-la.



Você repassa em sua cabeça cada vírgula do texto. Sabe que aquela fala não está como deveria e resolve mudá-la, testa uma, duas, quinze maneiras. Volta à maneira original, é melhor assim.



De repente, não mais que de repente você começa a pensar no porque disso tudo. Você não vê os jogos do teu time, não sai com os amigos que gostaria e não almoça aquele almoço de família que lhe é tão caro. E ainda ouve piadas que insinuam que tua profissão não é trabalho. E começa a duvidar do contrário.



Mas está firme, forte. O resto do elenco chega e começa a fazer piadas sobre amenidades. Você entra na deles, você sabe que nada é tão grave. O iluminador e o operador de som chegam, e colocam aquela música que sabem que te empolga.



Você começa o aquecimento se divertindo um pouco mais. E volta para a coxia. O público começa a ingressar o teatro.



O burburinho não é tão baixo que não possa ouví-lo, mas também não é alto do jeito que você gostaria que fosse. O mundo continua girando.



Tocam os sinais, você deseja "MERDA" aos colegas e entra em cena.



Para morrer feliz.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Crítica: Distrito 9

Um filme sobre ET's ? Pode ser. Um filme sobre política ? Pode ser. Mais do que isso, é um filme sobre Humanos.  Hoje, a crítica dele feita por mim.







Antes de mais nada reproduzo aqui uma frase do diretor estreante Neill Blomkamp:



"'Distrito 9' não é sobre política, apartheid ou segregação. Mas para mim, qualquer filme que se passe na África do Sul terá esse pano de fundo"

Se você esteve em outro planeta nas últimas semanas, fique sabendo que o filme se trata de um grupo de ET's que chegam à Terra pela África do Sul, com problemas na nave. Sabe-se que os habitantes estranhos acabam por se instalar em Johannesburg onde são mantidos em zona militarizada, separados dos terráqueos.



O Filme se inicia com um clichê bem funcional. Câmera na mão, reproduz-se um Reality Show onde o protagonista é responsável pelo "bem-estar" social dos estranhos.



O começo do filme evita mostrar os ET's de perto, como que se eles causassem nojo, coisa que, de fato, acontece. Você é levado a crer que não tem problema tratar esses seres como lixo, porque, afinal, nem humanos são.



Ai de quem disser que o filme trata do apartheid. 



A força policial não difere muito daquilo que vemos em qualquer favela. Moradores são levados a assinar o que mandam para que se cumpra a lei. Em parte, é claro. 



O filme aos poucos ganha força e o que era Reality Show passa a ser 'apenas' câmera na mão, muito embora ainda coloque "letrinhas ao estilo Cloverfield" com o perdão do informal.



Trás ainda claras referências a filmes diversos (como o sábio leitor deverá ter lido em outros lugares) como Robocop, Alien entre outros. Mas inova.



Não apenas por mostrar seres, teoricamente, inferiores aos humanos; mas também por mostrar como podem ser humanos os ET's e desumanos os humanos. É disso que se trata o filme.



Tem como mérito ser um filme que fala de política sem falar. Ou seja, goste você de política e fará com toda certeza associações políticas. Caso prefira o estilo "política não se discute" verá um ótimo filme de Ficção Científica.



Vale lembrar que o filme foi feito em baixíssimo orçamento e sem ajuda [direta] de Hollywood. Ganhou uma série de festivais e foi visto por Peter Jackson que resolveu bancar sua distribuição mundial.



Vale a pena.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Não Temeis a pausa...

Olá colegas e coleguinhas, após um longo e tenebroso inverno (de duas semanas) eis, que estamos de volta a ativa, que de passivo basta o mundo! E não me venham com xurumelas e triquininas que vou falar é da pressa, nada mais adequado...

É isso aí meu polvinho... Como tem passado? Espero que bem... Quero falar da pressa. Da necessidade da pressa. E calma que tudo vai se encaixar no final (bem, se este for o objetivo, que não forço ninguém a nada...).












Enquanto vão lendo podem ouvir essa musiquinha (direto de Buenos Aires).

A questão é que já não há tempo para mais nada. Pense em quantas vezes esta semana você teve tempo de: olhar o céu.



É, eu sei, sou um sonhador maluco, mas me parece que olhar o céu não leva assim, tanto tempo né?! O Fato é que sem tempo não há criatividade. Sem criatividade não há arte.



Entenderam o ponto? Claro que sim, você acabou de inventar um post todo para justificar a preguiça de postar.



É, pode ser isso. E eu posso ser mais maluco que a loucura, mas acho que a preguiça é parte importante do ser. Aliás, é parte importante da Arte.



Vamos ao tarot então. (É, eu posso ser bem maluco mesmo). A carta de número 0











Como podem ver o Tolo / Bobo é a carta que se refere também ao Louco em alguns tipos de Tarot (não entrarei em detalhes...)







Como podem ver nas imagens a certa semelhança entre as cartas, eu, por motivos teatrais, prefiro a segunda... E reza a lenda de que o Louco, é responsável pelas mudanças, pela espontaneidade e...



Pela preguiça que, nós atores sabemos bem, nos aflige momentos antes da entrada no palco... E é absolutamente necessário!



Não apenas porque o ócio traz a criação genuína, não apenas porque é ele quem nos faz mudar de assunto, trocar a página e seguir em frente, mas principalmente porque somos seres humanos...



Bom, éramos pelo menos...



Então hoje, quando for engolir tua refeição, pare e coloque um relógio na tua frente. Demore 20 minutos. Aposto que será difícil...





quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Como divulgar sua peça / 10 dicas excelentes!

Hoje o último tópico da série "Como Divulgar sua peça", e espero que tenham sido úteis. Se você mandou um comentário e ele não foi publicado ainda, calma! Eu estou viajando e este post foi escrito alguns dias atrás, assim que puder juro que te aprovo!



É isso aí meu Polvinho,



Indas e vindas depois, cá estamos nós traveiz. Espero que os posts tenham ajudado alguns de vocês a divulgar sua peça, hoje umas dicas mais gerais, mas do mundo "não-virtual".



Vamos a elas...



Se puder contrate um assessor de imprensa. (Faça uma força, valerá a pena, já que o resultado você verá na sua platéia).



Mas você não pode? Ok, nem tudo está perdido.



1. Busque jornais gratuitos e veja como divulgar sua peça por lá. Existem muitos jornais que aceitam a divulgação da peça e alguns até pedem por isso, já que faltam pautas!



2. Procure por folhetos informativos gratuitos, desses que recebemos quando vamos ao teatro (aqui em São Paulo são, principalmente dois: "Boca-a-Boca" e "Guia Off" ), normalmente eles fazem divulgação gratuita também, muito embora você tenha que pedir com antecedência.



3.Procure por jornais de bairro (preferencialmente próximos ao espetáculo) eles normalmente divulgam gratuitamente.



4.Espalhe cartazes pela cidade. Onde? Depende do público alvo, mas pense nele seriamente.



5. Ponha um aviso nas escolas de teatro de sua cidade, atores gostam de ver outros atores atuando e normalmente são excelentes divulgadores do boca-a-boca.



6. Procure encontrar o contato de alguns jornalistas (ok, a chance é mínima, mas se conseguir bingo!) através dos sites dos jornais ou mesmo na coluna onde escrevem, e mande um release. (NÃO FAÇA SPAM, jornalista é um bicho chato, mande e-mails individuais ou esqueça)



7. Panfletos são baratos, utilize-os (lembre-se do público-alvo).



8. Faça parcerias com outras peças (não importa se do mesmo teatro ou não, basta que o público tenha a mesma faixa etária). Divulgue a peça de outra pessoa no seu espetáculo e peça que façam o mesmo, você pode até bolar uma promoção!



9. Faça promoção do tipo, seu amigo ganha desconto de X% na apresentação do seu ingresso.



10. Faça estardalhaço na rua do espetáculo, coloque atores para fazer esquetes, distribuir panfletos e afins.



Espero ter ajudado! :)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Como Divulgar sua peça (3)...

Continuando a série de posts sobre como divulgar sua peça (veja os posts 1 e 2) onde já falamos de maneira mais geral e mais específica com relação ao Twitter. Hoje falaremos mais sobre o Orkut.



É muito comum que pessoas resolvam divulgar suas peças, cursos e afins em comunidades ou mesmo em mensagens pelo Orkut. E é justo, afinal quase 76% dos usuários do Orkut são brasileiros.



Mas como fazer?



É simples, porém trabalhoso. Você deve dedicar parte de seus dias para a divulgação exclusivamente no Orkut, mas pode acreditar, dá resultado. O que fazer?



Existem algumas formas:



1. Mensagens para todos os "amigos". (eu acho pouco eficiente, até porque raramente eu vejo estas mensagens, mas não abdicaria de enviá-la.)

2. Promoção (novo no Orkut).

3. Mensagens em comunidades.



Mas para utilizá-las siga algumas regras:



Para mandar mensagem para os 'amigos' NÃO SE ESQUEÇA de que eles não moram no mesmo bairro que você. Parta do princípio de que são todos bobos e feios e que não sabem andar de ônibus, em suma, SEJA CLARO! Endereço deve ter cidade, estado e telefone. FACILITE a vida das pessoas.



me recuso a dizer que é preciso dizer o NOME da peça, né?!



Para utilizar  recurso promova vá no link "Promova" :







Ao clicar (veja imagem ao lado) aparecerá a seguinte tela:







Aí ficou fácil, você clica em "promover" e já era...





















Agora, se você quiser realmente promover sua peça, participe de comunidades que tenham a ver com Teatro (existem muitas) particularmente, observe quais comunidades têm tópicos recentes (que não sejam apenas "Workshop disso ou daquilo", mas que sejam realmente discussões) e participe das discussões, isso trará interesse em você e conseqüentemente na sua peça...





Amanhã falaremos mais de como divulgar em meios não virtuais, fique atento!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Como Divulgar sua peça (2)...

Hoje vamos falar um pouco mais sobre como divulgar sua peça no twitter e nos blogs...



É isso aí polvinho, vamos direto ao assunto que ninguém está de bobeira na vida (infelizmente)... (para você que está começando hoje, a parte 1 está aqui)



1. Crie um Twitter com o nome da peça ou, melhor, com algo que remeta à peça. Não se esqueça de que o twitter permite apenas 140 caracteres, portanto escolha um nome curto. (ex: @turrar )



2. Adicione pessoas que sejam ligadas a cultura. (Pesquise um pouco sobre perfis que tenham a ver com cultura. Ex: @testedeelenco )



3. Adicione o maior número de pessoas possível. (Adicionar não é seguir e logo em seguida parar de seguir, siga mesmo...)



4. Não fale apenas da peça. Todos saberemos que você está aí para divulgar a peça, mas se não disser coisas interessantes ninguém o seguirá por muito tempo, portanto mantenha-se atualizado e diga coisas relevantes.



5. 3 vezes por dia é mais do que suficiente. Não fique repetindo a informação a cada dois minutos achando que assim mais gente o ouvirá. O resultado será o oposto.



6. NÃO USE CAIXA ALTA. A Xuxa já mostrou no que dá...



Amanhã falaremos do Orkut...

domingo, 4 de outubro de 2009

Como divulgar sua peça...

Existe muita gente querendo divulgar sua peça, seu filme, seu evento pela internet, mas pouquíssimas pessoas sabem como fazer isso direito, hoje, algumas dicas a respeito...



É isso aí meu polvinho, vamos a algumas dicas sobre como divulgar sua peça, mas principalmente como NÃO FAZER para que sua peça tenha uma excelente divulgação...



A primeira coisa que você PRECISA saber é que, na internet, NIGUÉM, repito, NINGUÉM é seu amigo ou conhecido. E se for, esta pessoa não vai se importar de você repetir ONDE é sua peça, filme ou evento, portanto SEMPRE DIGA ONDE É SEU EVENTO.



Esta dica parece óbvia falando assim, mas é impressionante o número de e-mails, recados, e afins que recebo sem a devida divulgação do local, cidade e estado. Aberrações do tipo, "ao lado do supermercado da fulana" não fará ninguém se interessar por nada...



A segunda dica que você deve manter em mente é aprender as regras da internet. SIM ELAS EXISTEM. Ninguém ficará feliz se você as desobedecer e isso trabalhará contra você mesmo(a) (falarei delas mais adiante).



Use todas as ferramentas que estiverem ao seu alcance: Twitter, Orkut, Facebook, Fórum de discussões, E-mails (NÃO SPAM) de grupos com afinidades com seu evento. (falarei mais adiante)



Vamos recapitular para ninguém ficar confuso:



1. Onde é? Cite sempre o seguinte: 1. Estado 2. Cidade. 3. Endereço 4. Telefone 5. Site ou blog (se houver).

2. Siga as regras. Quando comentar em blogs deixe o seu blog SOMENTE nos espaços determinados. Não comente por comentar, ninguém vai se interessar por você com isso (isso vale no orkut também). Não mande SPAM todo mundo ficará sabendo que você é chato e ninguém irá à sua peça.

3. Use tudo o que estiver ao seu alcance. A saber: Procure por comunidades interessantes (e ativas) no Orkut. Use o Facebook. Tenha um Twitter (e aprenda a twittar mais do que apenas "vá ver minha peça").



Mais algumas dicas virão nos próximos dias...

sábado, 3 de outubro de 2009

Quem (e o quê) lê no Brasil?

Estava eu em meu lugar, veio o Hordones a me chatear... Brincadeiras à parte o blog do sujeito aí é muito batuta, tem indicações legais sobre como incrementar seu blog... Mas escreveu um post a respeito da leitura no Brasil, com a reclamação, comum, de que aqui em se plantando tudo dá, menos leitores...



Pode até ser que seja isso mesmo, muito embora alguns dados (inclusive já citados por mim aqui ) mostrem que o número de leitores no Brasil tem (assim sem acento hoje, já que até 2012 é opcional) crescido de forma constante...



O número de cópias vendidas daquela saga (que eu achei um porrezinho) Crepúsculo e etc. comprovam também, e me levam ao cerne da 'questã'.



Mais do que não ler o povo brasileiro não sabe O QUE LER. Sim, é isso mesmo. Porque não é a toa que os livros de auto-ajuda crescem em vendas, máquinas de se vender livros nos metrôs paulistanos também mostram que leitores há!



Acho um erro, meu caríssimo leitor e leitora, dizer que no Brasil não se lê. E vocês podem até achincalhar meu argumento mas...



Peguemos o número de novos cristãos (falo dos 'evangélicos'). Enorme, concordam? Basta dizer que esta religião, se é ou não séria deixo a cargo das senhoras e dos senhores, comprou todos, eu disse TODOS os cinemas 'de rua' de Buenos Aires; isso quer dizer que não há cinemas em Buenos Aires? Não. Quer dizer que não há cinemas que não sejam de grandes marcas como as que você certamente conhece.



E o kiko? Dirá o leitor mais aflito. O kiko, caro leitor, está que estes seres humanos lêem (aqui com acento para dar uma variadinha) a Bíblia. Não apenas a lêem como tomam aulas sobre a Bíblia. Ok, você dirá não é exatamente literatura... mas aí eu respondo com o já famigerado (por mim ao menos) artigo sobre Macabeus, Macabéia e Macbeth .



Sim, meu polvinho. Pegue o amigo do Raul, o livro 'O Segredo' entre tantos outros exemplos e me digam que não conhece uma alma que a tenha lido?



É. Pois é. É o que eu sempre digo. Não adianta reclamar que as pessoas não lêem se não dermos base para que elas leiam... E isso não vem com Machado de Assis só na época do vestibular, vem com a formação de bons professores em faculdades melhores que Unip (que, tadinha, sempre vira exemplo de tudo...).



Mas esta também já outra turrada, que fica para outro dia...



Abrejos

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Teatro Obrigatório Universal! (parte final)

Surpresa para vocês... já conhecia o texto porque tive o prazer de ensaiá-lo (embora não tenha apresentado) no curso de teatro do qual fui estudante. O texto virtual foi retirado deste blog aqui!Tenho a impressão de que não está completo, mas caso encontre posto novamente...





TEATRO OBRIGATÓRIO



Por que é que os Teatros estão vazios?



Pura e simplesmente porque o público não vai lá. De quem é a culpa? Unicamente do Estado.



Se cada um de nós se visse obrigado a ir ao Teatro, as coisas mudavam completamente de figura. Por que não instituir o teatro obrigatório? Por que é que se instituiu a escola obrigatória?



Porque nenhum aluno ia à escola se não fosse obrigado. É verdade que era mais difícil instituir o teatro obrigatório, mas com boa vontade e sentido do dever, não é fato que tudo se consegue? E além do mais, não será o teatro uma escola? Então…



O teatro obrigatório podia, ao nível das crianças, iniciar-se com um repertório que apenas incluísse contos como o “Pequeno Polegarzão” ou “O Lobo Mau e as Sete Brancas de Neve”… Numa grande cidade pode haver – admitamos – cem escolas.



Com mil crianças por escola todos os dias, teremos cem mil crianças. Estas cem mil crianças vão de manhã à escola e à tarde ao teatro obrigatório. Preço de entrada por pessoa-criança: cinqüenta centímetros – a expensas do Estado, é claro – dá, cem teatros cada um com mil lugares sentados: 500 euros por teatro, faz portanto 50.000 euros para cem teatros, por cidade.



Quantos atores não arranjavam trabalho! Instituindo, distrito a distrito, o teatro obrigatório, modificava-se por completo a vida econômica. Porque não é bem a mesma coisa pensarmos: “Vou ou não vou hoje ao teatro?” ou pensarmos: “Tenho que ir ao teatro!”.



O teatro obrigatório levava o cidadão em causa a renunciar voluntariamente a todas as outras estúpidas distracções, às cartas, às discussões políticas na taberna, aos encontros amorosos e a todos esses jogos de sociedade que nos tomam e devoram o tempo todo. Sabendo que tem de ir ao teatro, o cidadão já não será forçado a optar por um espectáculo, nem a perguntar-se se irá ver o Fausto em vez de outra coisa qualquer – não, assim é obrigado a ir, cause-lhe o teatro horror ou não, trezentas e sessenta e cinco vezes por ano ao teatro. Ir à escola também causa horror ao menino da escola e no entanto ele lá vai porque a escola é obrigatória.



Obrigatório! A imposição! Só pela imposição é que hoje se consegue obrigar o nosso público a vir ao teatro.



Tentou-se, durante dezenas e dezenas de anos, convencê-lo com boas palavras e está-se a ver o resultado! Truques publicitários para atrair as massas, no gênero de “A sala está aquecida” ou “É permitido fumar no foyer durante o intervalo” ou ainda “Os estudantes e os militares, desde o general ao soldado raso, pagam meio bilhete”, todas estas astúcias não conseguiram encher os teatros, como estão a ver!



E tudo o que se gasta num teatro com publicidade passará a ser economizado a partir do momento em que o teatro se torne obrigatório. Será porventura necessário pagar publicidade para se mandar as crianças à escola obrigatória?



Como também deixará de haver problemas com o preço dos lugares. Já não dependerá da condição social, mas das fraquezas ou da invalidez dos espectadores.



Da primeira à quinta fila, ficarão os surdos e os míopes!



Da sexta à décima, os hipocondríacos e os neurasténicos!



Da décima à décima quinta, os doentes da pele e os doentes da alma.



E os camarotes, frisas e galerias serão reservados aos reumáticos e aos asmáticos. Tomemos por exemplo uma cidade como Munique: descontando os recém-nascidos, das crianças com menos de oito anos, dos velhos e entrevados, podemos contar com cerca de dois milhões de pessoas submetidas ao teatro obrigatório, o que é um número bastante superior ao que o teatro facultativo nos oferece.



Ensinou-nos a experiência que não é aconselhável que os bombeiros sejam voluntários e por isso se constituiu um corpo de bombeiros.



Por que razão o que se aplica aos bombeiros não se aplicará também ao teatro?



Existe uma íntima relação entre os bombeiros e o teatro. Eu que ando pelos bastidores dos teatros há tantos anos, nunca montei nem vi uma só peça que não tivesse um bombeiro presente na sala.



O T.O.U., Teatro Obrigatório Universal, que propomos, chamará ao teatro numa cidade como Munique, cerca de dois milhões de espectadores. É pois necessário que, numa cidade como Munique, haja: ou vinte teatros de cem mil lugares, ou quarenta salas de cinqüenta mil lugares, ou cento e sessenta salas de doze mil e quinhentos lugares, ou trezentas salas de seis mil duzentos e cinqüenta lugares, ou seiscentas e quarenta salas de três mil cento e vinte cinco lugares ou dois milhões de teatros de um único lugar.



É preciso que cada um trabalhe no Teatro para se dar conta da força que daí nos pode advir, quando o ambiente de uma sala à cunha, com o público de – digamos – cinqüenta mil pessoas nos arrebata!



Aqui tendes o verdadeiro meio de ajudar os teatros que estão pelas ruas da amargura. Não se trata de distribuir bilhetes à borla.



Não, há que impor o teatro obrigatório! Ora quem poderá impor senão… o ESTADO.



Karl Valentin (Munique, Alemanha - 1882 - 1948)

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Por quê os teatros estão vazios (parte2)

Continuando o post anterior, volto a comentar as razões pelas quais, humildemente acho serem as causas de tantas cadeiras vazias em nossos teatros...

Polvinhos e Polvões,



É com grande pesar que continuo a saga dos porques (reparem que escrevo cada qual à minha maneira, seguindo minha subjetividade, que, por vezes desafia a realidade) de tantas cadeiras vazias...



Na primeira parte falei um pouco da falta de políticas públicas culturais. E repito. Acho um erro incentivar somente quem faz arte, por vezes nos esquecendo daqueles que deveriam (?!) ser os mais importantes que são aqueles que compram os ingresssos (ou assistem gratuitamente).



É claro que algumas poucas ações estão sendo tomadas (o vale cultura é uma delas). Mas é pouco. Bem pouco.



Acredito também que o fato dos atores não darem-se o devido respeito ajuda e muito. Oras bolas e carambolinhas se não confiares em ti quem o fará? De todo o modo não é disso que pretendia falar...



Nosso querido leitor assíduo terá visto o comentário pertinente de outro leitor tão assíduo quanto no post anterior. O dono do táxi mais charmoso do Rio de Janeiro, apesar de lucrar com isso, reclama da falta de transportes públicos decentes em nosso país...



É claro que medidas pontuais estão sendo tomadas (finge). Em São Paulo depois da lei seca (a cultura continua ignorada) foi melhorado (foi?!) um pouco o sistema de transporte público, algumas raras linhas noturnas foram implantadas.



A cultura normalmente é feita nas noites de sexta. E aos finais de semana. Não é por acaso, penso eu. que são também os dias nos quais existem menos meios de locomoção (exceto, claro, os carros e táxis). O teatro vocês se lembram, geralmente ocorre de noite.



Mas se não me lembro do teatro. Ou ainda quando me lembro não tenho dinheiro para gastar. Ou quando lembro e tenho dinheiro não tenho como ir.



A resposta fica um pouco mais óbvia...